DOLORES
NÃO
SEI, POR QUE ESTE NOME
MAS
DOLORES NÃO TINHA DORES
NEM
A DOR DO PARTO SOFREU.
SUA
SINA SOFRIDA
NÃO
ERA, POR ASSIM DIZER,
POR
ELA SENTIDA.
DOLORES
SEM DORES
NÃO
PODIA SER DOLORES
SEUS PODERES
INDOLORES
TALVEZ
VIESSE DAS FLORES.
DAS
FLORES NASCEM DOLORES SEM DOR
DAS
FLORES GERMINAM DOLORES
DESABROCHADAS
ABERTAS
PRA VIDA
SEM
MEDO DE TER UM NOME
UMA
SINA
OU
UMA IDENTIDADE QUE ANIMA.
DOLORES
SEM DORES NÃO SOFREM
O
DESTINO CONSTROEM
SEM O LAMENTO
DAQUILO
QUE NÃO PÔDE SER
DAQUILO
QUE NÃO PÔDE TER.
SEM
DORES
DOLORES
ENFRENTA HORRORES
MAS
OS HORRORES DE DOLORES
NÃO
SÃO PARA ELA
TÃO
FEIOS ASSIM
O NÓ DA
VÍTIMA
A Dolores desta história era bem diferente
da Dolores da poesia acima. Era uma mulher muito sofrida; pelo menos, é o que
desejava transparecer. Sua vida não era ruim, pelo contrário, possuía uma vida
sonhada por muitos – estabilidade financeira, boa casa, um bom marido e filhos
carinhosos e atenciosos. O que faltava a Dolores? Esta era sempre a pergunta
que todos se faziam. Faltava a ela a coragem de abandonar a sua condição de
vítima. Dolores não era vítima de ninguém, apenas de si mesma. O seu mundo externo
era farto, mas, o seu mundo interno muito pobre, talvez, miserável. Tinha
vocação para a tristeza. Vivia reclamando de tudo. O seu corpo era um depósito
de doenças, todas elas psicossomáticas. Na sua cabeça, ninguém prestava e havia
sempre alguém desejando seu mal. Fazia questão de se lembrar, todos os dias,
das pessoas que, ao longo de sua vida, haviam lhe provocado algum desagrado ou
algum mal. Parecia ter saudade da dor que estas pessoas lhe ofertaram.
Colecionava dezenas de algozes, seu
álbum de figurinhas amargas era folheado todos os dias, aliás, este era o seu
hobby e a sua maior diversão. Possuía um bom emprego, mas sentia-se explorada e
desvalorizada por seus colegas de trabalho. Nunca cumpria adequadamente suas
atividades profissionais, pois estava sempre faltando por motivo de doença.
Coleciona também, atestados médicos. Quando Dolores adoecia de fato,
curiosamente, obrigava-se a trabalhar. Agredindo-se e desrespeitando-se,
comparecia ao trabalho pontualmente, totalmente debilitada, pronta a executar
com dificuldade suas atividades. Quando estava bem, inventava pequenos motivos
para não comparecer ao trabalho, principalmente em dias de muito aperto. Este
seu comportamento deixava todos muito confusos.
Muita gente tinha pena de Dolores e ela
adorava esta condição. É difícil entender como o marido e os filhos a
suportavam. Na verdade, ela teve a sorte de encontrar personalidades
complementares, ou seja, co-dependentes onde um precisa da doença do outro para
sobreviver. Pode ser que a melhora de Dolores não interessasse muito a eles. Em
alguns casos, muitos deixam de se sentir úteis e importantes quando o outro
melhora. Em outros casos, se sentem menos fortes e com menos comando diante da
recuperação da vítima. ”Enquanto ela for frágil, eu serei o forte e o portador
do comando nesta família”. Independente do incentivo que Dolores tinha para
continuar assim, ela poderia mudar a sua condição caso desejasse. Mas,
continuava a mesma, anos após anos. Na terapia, debulhava o seu rosário de
lamentações. Não aceitava outro tipo de trabalho que não fosse o de relembrar,
dezenas de vezes, as mesmas histórias de rejeição ou exploração. O tempo não
passava para ela, estava sempre lá, no passado, agarrada a algum fato
desagradável. Mesmo que já houvesse passado 30 anos, falava inúmeras vezes o
mesmo fato como se ele tivesse acontecido hoje. As intervenções terapêuticas
nunca eram, de fato, processadas. Rejeitava e deletava a consciência que
deveria ter dos fatos, voltando na sessão seguinte com a mesma história.
Muitas Dolores que procuraram terapia
mudaram radicalmente a vida, esta, no entanto, continuou sempre a mesma.
Para uma
vítima há sempre um perseguidor e vice versa. Se a figura do perseguidor não
existe, ela sempre dá um jeito de criá-la. Produzirá uma situação conflituosa,
real ou imaginária, onde o perseguidor possa protagonizar ofertando-lhe o seu
papel de vítima. Se não puder representar este papel, sente-se sem lugar no
palco da vida, portanto, inútil e sem valor. A vítima é como aquele artista
imaturo que só sabe representar um tipo de papel. Não se esforça para crescer e
atuar de forma diferente frente a vida. Perde a possibilidade de desenvolver-se
como ser humano, no entanto, a sua estreita consciência, totalmente voltada
para os pequenos ganhos secundários relacionados à atenção e afeto, faz com que
abra mão da grande conquistas – transformar-se numa pessoa responsável pelo seu
processo de crescimento. O crescimento da vítima sempre depende de alguém e
como ela não deseja crescer para não perder o seu papel de coitada, dará sempre
um jeito de acreditar e fazer os outros acreditarem também que o seu
perseguidor não deseja o seu desenvolvimento.
A linha que
separa a vítima de um guerreiro é muito tênue. Ao longo da vida, podemos ser
vítimas de alguém. Há sempre algo ou alguém servindo de obstáculo no nosso
caminho. A grande diferença entre o guerreiro e a vítima é a postura diante das
dificuldades e não os obstáculos em si.
O quadro
abaixo demonstra a diferença entre o comportamento da vítima e do guerreiro
frente os obstáculos:
VÍTIMA
|
GUERREIRO
|
Cria os obstáculos
|
Jamais cria os obstáculos;
enfrenta-os
|
Paralisa
|
Segue em frente
|
Desanima-se
|
Motiva-se
|
Adoece
|
Cresce
|
Reclama e bate sempre na mesma
tecla
|
Cria estratégias diferentes
|
Só quer ser o ajudado
|
Ajuda quem estiver junto
|
É mais fácil
curar um comportamento de vítima do que uma personalidade já estruturada como
tal. Daí, a importância de criarmos os nossos filhos para serem guerreiros.
Muitos casais, guerreando entre si, estruturam os próprios filhos para serem
vítimas do parceiro vilão. Agindo assim, fortalece e delega ao outro o papel de
perseguidor e a si mesmo o papel de vítima. Muitos deixam de ser pai e marido
para ser o vilão ou deixa de ser mãe e esposa para ser a vilã. Já tive muitas
clientes, vítimas dos maridos; criavam situações para que os filhos também pudessem
se vitimar. Carentes, faziam de tudo para que estes dirigissem o olhar para
tudo que o pai estava deixando de oferecer. Aquilo que o pai fazia de bom,
jamais era considerado uma virtude, apenas uma insignificante obrigação.
Existem também os homens que fazem os mesmos jogos, no entanto, como é bem
menor a quantidade de homens que procuram terapia, atendi um número bem maior
de mulheres. Homens, geralmente, não gostam muito de serem vítimas de mulheres,
preferem serem vítimas de outros homens. Ser vítima de uma mulher, talvez lhes
diminua a masculinidade.
A quem crie
situações agressivas ou de risco e para se tornar a vítima heroica. Envolvem-se
em brigas, acidentes, disputas agressivas, enfim em uma série interminável de
situações para receber o troféu de coitado.
Há muitas
maneiras de se vitimar. Podemos iniciar a nossa vida sendo vítima de nossos
pais, depois de nossos irmãos, professores, amigos, patrões, cônjuge, trabalho,
sociedade, doenças e por aí vai. Basta escolher a situação que se aplica melhor
à fase que você estiver vivenciando. No entanto, não se esqueça que toda fase
de vida é fase de crescimento; em cada uma aprenderemos coisas diferentes e
indispensáveis ao nosso desenvolvimento e evolução. Se você se dispersar,
adotando uma postura que lhe impeça ver as coisas da forma como elas são, de
fato, e não como o seu olhar de vítima os vê, você estará desperdiçando uma
valiosa oportunidade de crescimento. Com uma visão estreita da vida, apegada a
pequenos ganhos secundários, a vítima abre mão de uma grande conquista – a
expansão de seu potencial. Por trás de uma vítima tem sempre grandes “nós”; há
uma série de sentimentos tóxicos e vivências mal elaboradas. Vitimar-se é uma forma de justificar o nosso
comodismo e a nossa covardia. Mentimos para o mundo implorando uma pena que nos
transforma apenas em vilões de nós mesmos.
Se você deseja
ficar mais atento e corrigir esta postura em sua vida, a historinha do
guerreiro perneta talvez possa lhe ajudar.
O GUERREIRO PERNETA
Num
pequeno vilarejo, onde a oferta de trabalho era pequena e a miséria grande, um
funcionário do rei designado para escolher um guarda-costas para a princesa,
viu-se, depois de dezenas de seleções, diante dos três últimos candidatos ao
cargo. Restaram três últimos candidatos com características bem diferentes. O
primeiro possuía uma estrutura física invejável. Alto, robusto e dotado de uma
musculatura bem definida poderia, aparentemente, proteger a princesa com sua notável força
física. O segundo, apesar de não possuir uma estrutura física tão avantajada,
possuía muitos conhecimentos. Era intelectualmente superior ao primeiro, no
entanto, inferior em se tratando de força física. E o terceiro? Ninguém
entendia como aquele candidato conseguira chegar à última eliminatória. Não era
superior ao primeiro na força física e nem ao segundo em nível de conhecimento.
Além desta inferioridade, era perneta. Que qualidade teria este candidato para
proteger a princesa?
A última prova de seleção exigia que cada
candidato subisse a topo do pico mais alto da região. Uma perigosa trilha
poderia servir de referência. Até então, era o único caminho conhecido e seguro
a ser percorrido. Quando voltassem, deveriam relatar a aventura passo a passo.
O primeiro a voltar foi o candidato dotado
de notáveis conhecimentos. Relatou a sua experiência denotando uma grande
frustração:
─Olhe como estou! Estou todo ferido e doído.
Como é que vocês podem designar uma missão impossível a alguém. Estudei o mapa
da trilha durante dias, segui o trajeto conforme o indicado enfrentando
espinhos, pedras, sol e chuva para quase no final do trajeto me deparar com uma
pedra enorme que bloqueia o caminho impedindo seguir em frente. Adoeci por
causa desta prova, mas estou aqui, cumpri a minha parte. Sei que é impossível
arrastar aquela pedra dali. Vocês me colocaram em risco, pois há muitos animais
ferozes pelo caminho. Passei um dia inteiro em cima de uma árvore para me safar
de um deles. Agora, estou com minha coluna toda doída. O que a gente não faz
por uma princesa. E, ainda corro o risco de não ser reconhecido. Há mais dois
candidatos tentando a mesma proeza. Aliás, encontrei um deles, bem folgado,
debaixo de uma árvore descansando. Parecia não se importar em seguir em frente. Também ,
nunca acreditei na disposição dele para isto. Não vou falar quem é para não
dizerem que estou fazendo fofoca. Enquanto ele descansava, eu lutava para
concluir com êxito a minha prova. Estou desgastado, mas se Deus quiser este
desgaste vai diminuir com o tempo. Vou ter tempo para descansar, pois, pelo
visto, nenhum dos dois voltaram ainda. Inclusive, aquele alimento que vocês nos
ofereceram não foi suficiente. Morri de fome, emagreci 5 quilos. Não sei como
vou conseguir repor esta perda. Fiquei muito frustrado, me mordi de raiva por
ter que voltar sem concluir a missão. Pensei em todos os conhecimentos que
adquiri ao longo da vida para arrastar aquela pedra dali, mas ela era grande
demais. Apesar de frustrado, fico feliz de ter sido o primeiro a voltar “são e
salvo”. Não morri por um milagre. Espero que os outros dois consigam voltar
vivos. Fico imaginando a cara deles ao se depararem com uma pedra daquele
tamanho no final da trajetória.
─Valeu o esforço? Interrompeu o súdito do
rei.
─Meu esforço foi em vão. É muito triste não
conseguir aquilo que se deseja tanto. No entanto, se eu for recompensado por
isso, vai valer à pena sim. Espero que vocês possam, no mínimo, reconhecer
isto.
Depois de dois dias chegou o candidato
dotado de força física. Foi solicitado a fazer o mesmo relato:
─Cheguei lá no alto e tinha uma pedra. Achei
por alguns instantes que não conseguiria move-la, mas a minha força não me
traiu. Consegui! Cheguei até o alto do pico, finquei a minha bandeira e estou
aqui de volta. Acho que mereço este trabalho, pois venho de uma família humilde
e tenho que trabalhar para sustentar a minha atual família. Estou com um menino
doente, precisando de tratamento. Ele me faz lembrar a minha infância. Fui
rejeitado pelo meu pai e minha mãe teve que tratar da gente com muita
dificuldade. Não tive infância, pois tive que trabalhar desde pequeno. Eu
adoecia muito, pois eu era desnutrido assim como meu filho. Depois, uma família
de camponês teve dó da gente e deu trabalho para a minha mãe. Em troca dava
comida para todos nós. Foi aí que saí da desnutrição e peguei este corpo. Estes
músculos são fruto do trabalho pesado que me obrigaram a fazer. Eles exploraram
a gente até o dia que minha mãe nos arranjou um padrasto que nos levou dali.
Mas, este padrasto não nos deu nada , batia muito na minha mãe e na gente
também. Eu já tinha força para enfrentá-lo, mas fui educado a não faltar com
respeito. Ficava com muita raiva, mas não podia fazer nada. Minha mãe queria
aquela vida... Sofremos naquela vida durante muitos anos, até que Deus resolveu
levar aquele homem. Agora, sou eu quem mantenho a família. Casei-me, minha
mulher também é doente e não pode me ajudar. Peço, encarecidamente, este
trabalho. Provei que consigo enfrentar as durezas e os pesos da vida. Agora só
falta o meu merecimento. Acho que mereço, não é?
O terceiro candidato demorou dois dias a
mais para chegar. Muitos acreditavam que, talvez, tivesse sido devorado pelos
animais selvagens da região devido sua fragilidade física e média
intelectualidade. Antes que o tempo máximo determinado para concluir a prova
fosse esgotado, apareceu exultante. Convidado a fazer o mesmo relato,
pronunciou-se:
─Foi uma aventura emocionante! Iniciei a
minha caminhada checando bem a quantidade de alimento e água que possuía, bem
como os recursos que a região poderia me oferecer neste sentido. Procurei não
desperdiça-los, pois sabia que ao longo da caminhada as coisas poderiam ficar
mais difíceis. Sei que os maiores obstáculos nem sempre aparecem no início de
nossa jornada. Assim, toda vez que encontrava árvores frutíferas, nutria-me e
deliciava-me ao sabor das mais raras frutas. Carregava algumas comigo para
oferecer, ao meu corpo sedento, o deleite de sabores agradáveis. Agradar ao
paladar, também relaxa. Encontrei alguns animais perigosos durante o percurso.
Aprendi a detectar as marcas de suas pegadas na terra. Isto me poupava
confrontos sem que eu estivesse, de fato, preparado para os mesmos. Alguns,
consegui espantar, pois acho desnecessário matar, a não ser por legítima defesa
ou para matar a fome. Quando me via sem
saída, tendo como única alternativa matar, aproveitava a carne para fazer um
excelente banquete. Mesmo não sendo tão saborosa quanto a carne que saboreio em
minha casa, o sabor da sobrevivência que eu experimentava era, sem dúvida, irrecusável.
Estabeleci uma rotina que não me esgotasse. Parava para descansar debaixo de
árvores maravilhosas que me energizavam com sua sombra acolhedora e seu odor
refrescante. Tomava meus banhos em lindos riachos que encontrava pelo caminho e
apreciava a maravilhosa paisagem lá de cima. Quem está aqui em baixo, não pode
imaginar como este vale é maravilhoso visto de cima. Temos que preservar esta
beleza, pois é um verdadeiro santuário tudo isto aqui. Em meus momentos de
meditação e relaxamento procurava equilibrar o desequilíbrio que percebia
existir entre a minha mente e meu corpo. A minha mente deseja e pensa rápido
demais, não dando ao meu corpo a possibilidade de se exercer no seu tempo.
Inicialmente, minha limitação física deixava a minha mente ainda mais ansiosa.
No entanto, os meus constantes exercícios de equilíbrio mente/corpo, permitiram
aos dois fazerem as pazes e andarem no mesmo ritmo. Com seu ritmo equilibrado
você se desgasta menos. O tempo que se gasta com estes exercícios, se ganha ao
final da trajetória. Um guerreiro sabe que não deve usar toda sua munição já no
início da caminhada. Assim, me poupei fisicamente e de todas as formas
possíveis para chegar até ao final com vitalidade. De que adianta vencer uma
guerra se destruindo? Encontrei pelo caminho um dos candidatos. Ele informou-me
que no final do trajeto havia uma enorme pedra impossível de ser transposta.
Não me desanimei. Pelo contrário, sabia que teria um grande desafio pelo frente
e que, com certeza, eu daria conta de vencê-lo. Pensei em algumas estratégias
que poderia adotar. Achei que seria conveniente criar, a partir daquele local,
uma nova trilha. Mas, depois de muito pensar, cheguei à conclusão que estava me
desgastando mentalmente, me preocupando com uma situação que não era um problema para aquele momento. Certo que não devemos
nos ocupar daquilo que não aconteceu ainda, resolvi seguir em frente. O mais engraçado
é que consegui chegar ao topo do pico sem encontrar nenhuma pedra que pudesse
obstruir a minha passagem. Parece que Deus a tirou do caminho. Finquei a minha
bandeira lá e voltei com mais experiência e satisfação por ter alcançado a
minha meta. Desta forma, a volta foi bem mais fácil e rápida. É uma benção
poder estar aqui relatando toda esta aventura para o senhor. Mesmo que eu não
seja a pessoa indicada para este cargo de tamanha responsabilidade, me sinto
cada vez mais responsável pela minha própria vida e digno de vivê-la.
—Isto quer dizer que valeu a experiência? Perguntou o
súdito do rei.
—Não só valeu, como me sinto cada vez mais determinado e
forte para enfrentar os novos embates que a vida me apresentar.
O resultado da seleção dos candidatos saiu no
mesmo dia. Ninguém entendeu a lógica do mesmo, mas o sábio súdito sabia que só
um verdadeiro guerreiro seria capaz de impedir a princesa de se tornar vítima
de alguém.
—Venceu o perneta! Comentavam surpresos e irônicos as más línguas.
ESPAÇO DE REFLEXÃO
Qual dos dois você prefere
ser? Qual dos sois está sendo?
A VÍTIMA
|
UM SER
REALIZADO
|
||
Me sinto um coitado
|
Me sinto um privilegiado
|
||
Tem sempre alguém me
perseguindo
|
Sou muito protegido
|
||
Meu karma é sofrer
|
Vim ao mundo para ser
feliz
|
||
As pessoas gostam de me
fazer ou ver sofrer
|
Sou muito amado e querido
|
||
Não tenho sorte na vida
|
Agradeço a vida que tenho
|
||
Ninguém me ajuda
|
Sou muito ajudado
|
||
Ninguém pensa em mim
|
Penso em mim com muito
carinho
|
||
Eu não mereço este
sofrimento pelo qual estou passando
|
Estou tentando entender
como semeei e cultivei esta dor
|
||
As pessoas sempre tiram
vantagem sobre mim
|
Não deixo ninguém me
explorar
|
||
Deus se esqueceu de mim
|
Deus está sempre
presente, embora eu, nem sempre, consiga percebê-lo claramente
|
||
Sou sempre o prejudicado
|
Zelo pela minha
integridade e pelos meus direitos
|
||
Sempre saio na pior
|
Busco sempre o melhor
para mim
|
||
Nunca recebi o que
merecia
|
Só tenho a agradecer
|
||
Passei a vida inteira
pensando nele(a) e agora é esta ninharia que recebo?
|
Foi muito gratificante
ter me doado tanto. Sempre tive muito para dar.
|
||
Se ele(a) não fosse
assim, eu seria feliz
|
Amadureci muito com o seu
jeito difícil de ser
|
||
Ele destruiu a minha vida
|
Os meus alicerces são
muito fortes e a cada dia edifico mais uma parte de meu ser com as pedras que
me jogam
|
||
Ninguém me entende!
|
Eu me compreendo bem e
compreendo a dificuldade das pessoas de me entenderem
|
||
A felicidade não existe
|
Sou feliz!
|
||
Estamos pagando pelos
nossos pecados
|
Estou aprendendo com meus
erros
|
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